E o último dia em Amsterdam chegou. Depois da noite anterior
ter sido frustrada, era o dia de embarcamos para mais uma cidade!
Mas como o nosso trem sairia somente às 19h tinhamos um dia
todo para aproveitar as últimas horas em Amsterdam.
Aproveitamos as primeiras horas da manhã para arrumarmos as
nossas malas e colocar tudo de volta dentro dela. Eu não sei se isso acontece
também com vocês, mas depois que você desarruma a sua mala, você nunca consegue
colocar as coisas da mesma forma. Eu não sei o que acontece...ou a mala diminui
de tamanho (o que é pouco provável...rs) ou a gente fica com tanta preguiça de
arrumar a bendita que acaba socando tudo lá dentro de qualquer jeito (fico com
essa opção...).
Acho que, de todas as experiências de CouchSurffing que
tivemos, o nosso host em Amsterdam foi o menos “amigável”...Parece que ele
estava nos recebendo por obrigação, meio sem vontade...Não sei se foi o fato
dele ter mudado os planos e só nos hospedar no sábado ou se no dia que a gente
foi embora ele disse que precisaríamos sair às 15 porque ele tinha um
compromisso...Bom, o plano era sair de casa pelo menos umas 17:30 já que o
nosso trem só sairia às 19h. Mesmo a estação sendo relativamente perto da casa
dele (15 min de busu), nós não queríamos arricar, até porquê, Murphy andava de
mãos dadas com a gente...rsrs.
Como tínhamos menos tempo do que imaginávamos, resolvemos
dar um último passeio pela cidade.
Passeio de Bike
Pensou em Amsterdam pensou em bicicleta. Uma cidade que tem
pelo menos uns 400km de ciclovia não poderia deixar de ter a bicicleta como um
dos meios de transporte mais utilizados. Desde o primeiro dia eu tinha observado as pessoas pedalando
nas ruas...Mulheres, homens, crianças, fazendo um trajeto curto ou indo
trabalhar. Cheguei a ver mulheres de terninho e scarpan indo para o trabalho
(achei o máximo...rs). Fiquei imaginando eu fazendo isso aqui no Rio de Janeiro...Verão, calor de 40 graus...Ia chegar no trabalho com pelo menos 1 kg a menos e encharcada de suor...rsrs.
Como era o nosso último dia, resolvemos dar uma de “local” e
andar de bicicleta pelas diversas ciclovias.
Nosso host nos deu o endereço de uma loja que alugava
bicicletas (que agora esqueci o nome, mas tenho guardado nos meus papeis...volto
aqui depois para postar) e partimos pra lá que era uma coisa mais certa. Fomos
andando e achamos a tal loja.
Para alugar a bike é bem simples. Você precisa levar um
cartão de identificação e o seu cartão de crédito. Ele faz o seu cadastro ali
na hora, anota os dados do cartão, você efetua o pagamento (10 euros por 4
horas) e voulá...Você tem uma bike
pra você desfrutar toda a cidade. O dono da loja nos deu a bike de acordo com
as nossas alturas, ou seja, você não precisa se preocupar em abaixar ou
levantar o banco, ele já faz isso pra você. E não se preocupe, pois nenhum valor será debitado do seu cartão, a não ser que você não devolva a bicicleta...hahahahaha.
Depois das devidas orientações de segurança, como
funcionavam as travas e tal era a nossa vez de pedalar.
Cidade totalmente preparada para as bikes |
VondelPark
Estávamos relativamente perto do maior parque de Amsterdam,
o VondelPark. E como já estávamos com as nossas bikes, fomos pedalando até lá
seguindo as orientações do dono da loja.
Não teve mistério, pegamos uma reta e fomos felizes.
Pedalar em Amsterdam é muito fácil e muito gostoso. Você
anda na ciclovia, não tem carros competindo com você te empurrando para a
calçada...Você precisa sim, respeitar os sinais de trânsito para bikes. Semáforos
cujas luzes em verde ou vermelho aparecem no formato de bicicletas estão sempre
disponibilizados em cruzamento com alguma rua ou avenida. Não pense você que
vai dar uma de ciclista do calçadão de copacana, onde ninguém sabe o que é mão
e contra-mão...Não, não...Você vai ter que respeitar sim o fluxo que está sendo
seguido e não adianta dar o jeitinho carioca.
A chegada no parque foi bem fácil. E o parque? Ahhhh, é
lindo...Quando eu vi um lago enorme na minha frente eu pensei: “Esse parque é
mais bonito que o Hyde Park em Londres”. E como era...Pessoas andando de
bicicleta, levando o cachorro pra passear, brincando com crianças e etc...Um
lugar lindo, leve e super família.
Entrada do Parque |
É ou não é lindo? As folhas alaranjadas de outono dão um toque todo especial!! |
Só uma dica: Não deixe para alugar a sua bike no parque, até
porque nem tem esse tipo de serviço lá (eu pelo menos não vi nenhum). Eu acho que estão perdendo dinheiro,
porque às vezes a pessoa só quer dar uma volta dentro do parque mesmo e ir
embora, principalmente os turistas...Alguém aí se arrisca nesse nicho de
mercado?
Minha Bike |
Pedalamos, paramos para tirar algumas fotos, brincamos com o
cachorro alheio, mas estava na nossa hora e precisávamos voltar para devolver as bikes. Nem de longe
tinha dado as 4 horas, mas tínhamos que estar na casa do nosso host cedo,
devido ao compromisso dele (aff...rs).
É lógico que ficamos meio perdidas nas ruas cheias de
consoantes de Amsterdam e pelo fato também do mapa estar na minha mão (gente, vou
fazer um curso de leitura de mapas...rs), mas acabamos conseguindo voltar pra
casa.
Mas e os Moinhos de Vento?
Você deve estar pensando: “Elas vão embora de Amsterdam sem ter visto um moinho de vento?” Claro que não né? Ok, ok não era uma coisa que
podia dizer: “Nossa, que moinho”, mas era um moinho.
Enquanto voltávamos pra casa para pegarmos nossas malas
vimos que tinha um moinho (bem perto da casa do nosso host) “dando sopa” e
pedindo pra gente tirar uma foto! Nesse dia eu tinha saído de casa sem bolsa,
sem nada...Somente com o meu VTM , Identificação e dinheiro no bolso do
casaco...E não tinha levado os meus óculos escuros. Quando paramos para bater a foto, nossos
olhos não conseguiam ficar abertos, porque o sol estava bem na nossa direção.
Não tinha como mudar de posição...Era o sol no olho com moinho ao fundo ou a
sombra sem moinho...Preferi a primeira opção e fiquei aqueles 15 segundos mais
torturantes da minha vida...O olho lacrimejando, a testa enrrugando...Tudo por
um moinho!!!!
Se liga na cara da pessoa... |
Depois da sessão moinho, voltamos pra casa, nos despedimos
do nosso host (ele me pareceu vagamente aliviado..rsrs) e seguimos rumo ao
ponto de ônibus. E lá íamos nós mais uma vez com todas as malas em direção à
estação de trem de Amsterdam.
Como ainda estava muito cedo e não tínhamos comido nada,
resolvemos entrar num restaurante pra comer alguma coisa e matar um pouco o tempo. Achamos um restaurante italiano perto da estação de trem.
Estava super vazio, nenhuma alma viva, mas resolvemos arriscar assim mesmo.
Fomos super bem recebidas pelo garçom (talvez porque éramos
as únicas clientes? Rs) e quando ele perguntou de onde éramos e falamos
Brasil...pronto...atendimento VIP..rs. Ele conversou conosco, disse que era da
Itália e que tinha muita vontade de vir ao Brasil...Eu tô falando pra vocês, os
Europeus são doidos por isso aqui!
Pedimos uma porção de Calamari (lulas empanadas) que estavam
deliciosas e depois pedimos o prato principal. Pedi uma lasanha com massa verde
e a Paula foi de Spaghetti à Carbonara. Acertamos em cheio. Minha lasanha veio
super, quente e se manteve quente até o último pedaço. E pela cara de
satisfação que a Paula fazia enquanto comia, o Carbonara dela também tinha sido
uma ótima escolha.
Nosso Primeiro Trem Noturno
Depois de bem alimentadas, nos direcionamos para a estação
de trem, achamos a nossa plataforma e esperamos.
Ainda estávamos um pouco ansiosas com o fato de pegarmos o
trem noturno, não tínhamos ideia de como seria essa viagem que tinha duração de
umas 10 horas. A única coisa que sabíamos é que a nossa cabine tinha 6 camas (2
triliches) e só!
Algumas dicas constavam no nosso ticket, como: número do
carro, número da cabine e ao lado do número as seguintes descrições: Middle –
Low. Hummmm...Como era uma cabine com 6 camas pensei que uma de nós duas
ficaria na cama do meio e a outra na cama de baixo...Bingooo..Num é que
acertei? Era a lógica né? Rs
Para a nossa alegria e sorte (mais sorte do que alegria),
nós fomos as primeiras a entrar na cabine. Gente, eu pensei que as nossas malas
não iam caber ali não. A gente tinha tanta tralha e o espaço era tão pequeno
que precisamos de algum tempo para organizar tudo por ali.
Se liga no espacinho que tínhamos para arrumar nossas malas dentro da cabine! |
Enquanto estávamos no processo de arrumação de mala na
cabine (suas malas não podem ficar no corredor) eis que ouvimos a seguinte
frase: “É....vocês tem muita mala hein...”
. Na hora paramos de arrumar as coisas, olhamos pra pessoa que soltou essa
frase e abrimos o sorrisão: “Você é
Brasileiro?”. Que alegria era poder conversar com mais alguém que fale a
sua língua e é do seu país..rs.
E a partir daí nossa ida para Praga ficava muito mais
divertida, porque conhecemos o Victor. Um brasileiro de Vitória – ES, com cara
de gringo que estava viajando pela Europa por 100 dias somente com o
CouchSurffing. Virei fã dele, não só pelo projeto arrojado, mas porque ele
andava com uma mala do tamanho de um carrinho de feira...Cara, eram 100 dias...Como
ele conseguia? Eu e Paula sofrendo com reles 35 dias com as nossas malas
de 32kg e ele com aquela malinha? Inveja Branca...rsrs
O mais engraçado é que antes de entrarmos no trem, dissemos
uma para outra que íamos apagar e só acordar em Praga...Quem disso que
conseguimos fazer isso? Ficamos conversando por um bom tempo com o Victor, até
que nós nos entregamos nos braços de Morpheu no nosso cubículo de 6 camas.
E a viagem continua!