quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Paris - Chegando na Cidade Luz

Como eu contei pra vocês no post anterior, tivemos que acordar bem cedo no sábado, pois o nosso trem sairia às 06:00am. Estimamos sair de casa com 1 hora de antecedência para evitar contratempos, mesmo sabendo que a distância entre a estação de Kings Cross e a nossa residência era de 10min de carro.

O Taxista
Bom, nós éramos em 2 e cada uma tinha 2 malas. Eu com uma mala de 32kg + mala de mão + mochila e a Paula com 1 mala 32kg + mala de mão + mochila de mochileira (juro que aquela mochila devia pesar uns 20kg, ela era enoooorme). O carinha da recepção ligou para uma empresa de táxi e pediu um carro para a estação e disse que tínhamos muita bagagem (eu ouvi ele dizendo isso...). Eis que o bendito do taxista chegou, parou o carro, olhou para a nossa cara e ficou lá dentro do carro. Bom, aqui no Brasil todos estão acostumados com uma gentileza, principalmente com mulheres que tem mala pesada. Eu já estava quase no auge do mau humor, olhei pra cara dele e perguntei em inglês: "O senhor poderia me ajudar a colocar a mala no porta mala?" E eis que ele solta a pérola: "Esse não é o meu trabalho". O_o, Como assim?????? Juro que nessa hora me subiu um calor de tanta raiva daquele taxista indiano (nada contra os indianos, mas cara, eles são muito mal educados...). Como eu não conseguia colocar a mala sozinha no porta malas e ele viu que estava "atrasando" o lado dele, ele resolveu me ajudar. Soltei a mala e quando ele foi puxar a mala ele me diz: "Muito pesada essa mala". Eu pensei: "Jura? Por que será que eu te pedi ajuda?? ". Não falei, só pensei...A Paula já estava desesperada por causa do meu humor...afinal , a gente precisava do cara né? Engoli seco, entrei no carro e fui muda até a estação.
Embarcando
Como chegamos bem cedo na estação não tivemos problema algum. O trâmite de embarque no trem é muito menos burocrático do que viajar de avião. Nós apresentamos nossos passaportes na imigração, recebemos o carimbinho de saída de Londres e esperamos para embarcar.
A parte boa também do trem é que você não tem um limite de bagagem, como no avião. Sua mala pode até pesar mais de 32kg. Ninguém vai pesar nada.
Esperamos a hora do embarque e fomos para o nosso carro e nossos assentos. Eu juro que esperava um pouco mais do trem que faz o famoso trajeto Londres - Paris, passando pelo Canal da Mancha. Achei meio caído, mas talvez eu não tenha dado muita sorte.
Quando nós compramos nossas passagens de trem aqui no Brasil nós pensamos: "Andar de trem vai ser bem melhor, porque podemos apreciar a vista...". Cara, a última coisa que nós queríamos era apreciar a vista...rsrs. Eram 06 da matina, dormimos super pouco e só queríamos descansar um pouco mais. Mas para a nossa tristeza, os caras não apagam a luz do trem. Tipo tudo aceso, mesmo às 06 da manhã ainda estando escuro. Fora que tinha um pessoalzinho que falava tão alto, mas tão alto que não dava pra dormir direito. Dei umas cochiladas aqui e ali e tentei abstrair, mas tava difícil. Aff....
Chegando em Paris
Era um pouco mais de 09 horas da manhã e o trem chegou no seu destino. A viagem foi rápida mesmo. Pegamos nossas malas no fundo do trem, (todas as malas grandes deveriam ser deixadas lá para não fechar a passagem no corredor. Não se preocupe pq ninguém rouba a sua mala...rsrs) e fomos para a plataforma. Nós éramos os dois seres mais engraçados do mundo. Duas garotas cheias de mala e praticamente se arrastando...rs.
Quando saímos da plataforma avistamos o nosso host (a pessoa que iria nos hospedar) Antoine. Deixa eu voltar um pouco no tempo...Eu e Paula nos cadastramos num site chamado Couch Surfing (Surfando no Sofá). O site tem um conceito de que todo mundo pode viajar para qualquer lugar do mundo sem precisar pagar hospedagem. É bem legal, você conhece pessoas novas e etc. Enfim, a Paula recebeu uma solicitação de um casal de franceses em Julho/2012, para se hospedarem na casa dela. Ela aceitou e eles ficaram na casa dela sem pagar nada por 2 dias. Eles eram muito gente boa. Ele trabalha com gravações de documentário e ela canta jazz em bares e é professora de piano. Quando a Paula disse que iria para Paris em outubro eles nos ofereceram para ficar no apt deles enquanto estaríamos lá. Ponto pra gente. Um lugar a menos para gastar com hospedagem..rs.
Voltando...Quando vimos o Antoine na estação, ficamos super aliviadas. E quando ele olhou toda a nossa bagagem riu pra caramba da nossa cara e disse que éramos malucas de carregar tanta coisa. Ahh...Malucas não, somos mulheres...é diferente...rsrs.
A casa do Antoine era bem pertinho da estação. Tipo uns 15min andando. Sim, nós fomos andando com aquela bagagem toda. Foi tenso...mas o que é ruim sempre pode piorar né? Chegamos em frente a casa dele, ele nos ensinou como abrir a porta (não usa chave e sim um código de segurança) e foi aí que o nosso mundo caiu. Ele morava num apartamento, mas no 5° andar e não tinha elevador... O_o....Foram os piores 5 andares que já subi em toda a minha vida. Olhamos uma pra cara da outra, tomamos coragem, respiramos fundo e levamos mala por mala até o 5° andar. Encontramos 2 mulheres no caminho das escadas, elas viram a nossa situação e nos ajudaram com as malas. O Antoine também nos ajudou, claro...Mas era muita mala..rs.
Enfim, conseguimos levar todas as malas para o apt do Antoine. O apt era bem pequeno, um kitnet. A sala, o quarto e a cozinha era praticamente uma coisa só. Tinha um banheiro pequeno e é isso. Era pequeno, mas pra gente funcionava tranquilamente. Tudo bem que com as malas e tudo mais parecia menor ainda, mas dane-se a gente estava em Paris..rs.
O Antoine teve que nos deixar porque ele tinha um compromisso e disse que ficaríamos no apt sozinhas. Ele disse ainda que poderíamos ligar para a Camile (namorada dele) para almoçarmos juntas. Acabamos de chegar, tomamos um banho para renovar as energias e marcamos com a Camille de nos encontramos para almoçar.
Passeando em Paris
Ainda faltava 1 hora e meia para nos encontrarmos com a Camille e resolvemos conhecer a vizinhança e comer alguma coisa. Onde ficamos (Rue de la Fidelite) era bem eclético e movimentado. Tinha mercadinho, padaria, restaurantes chineses, arábes. Andamos até o fim da rua e vimos a plaquinha: Petit Déjeuner (café da manhã). Para a minha sorte a Paula sabia alguma coisa de francês e resolvemos experimentar o café da manhã parisiense. O lugar era bem agradável o nome era Le petit pot Saint Denis e o senhor que estava atendendo era bem simpático. Mesmo com o francês basicão da Paula conseguimos pedir o café da manhã que vinha: 1 copo de suco de laranja, 1 croissant, 1 baguete, 1 manteiga e 1 chocolate quente por 7 euros. Cara, quando o café da manhã chegou nós parecíamos crianças quando recebe o presente de natal. Estávamos praticamente 2 semanas comendo muffin e suco no café da manhã em Londres, às vezes revezando o muffin com uma Pringle's. Era o nosso primeiro café da manhã decente e que alegria. Estava tudo delicioso. O croissant era um show a parte. O que que era aquilo gente? O negócio não tinha recheio nenhum, mas era deliciosoooo.

O melhor croissant do mundo....
Devidamente alimentadas, voltamos para o apt para esperar a Camille chegar. Ela chegou no horário combinado e nos levou para almoçar em um lugar chamado Chartier (7 Rue du Faubourg Montmartre). De acordo com a Camille o lugar é super famoso e merecia uma visita, mas como todo lugar famoso tinha uma fila para entrar. Esperamos mais ou menos uns 30 min na fila e entramos. O restaurante era legal, espaçoso, mas não gostei muito do atendimento. Se a Camille não estivesse conosco íamos penar para fazer o nosso pedido...rs. O garçom não falava inglês (lógico, os franceses não gostam de falar inglês...) e estava bem impaciente porque nós demoramos para escolher os nossos pratos. Mas é claro que eu ia demorar a fazer pedido, não entendemos a língua e tínhamos que pedir pra Camille traduzir o que era cada coisa..rs.
Depois da sessão google tradutor conseguimos pedir os pratos (carne com batatas coradas). Estava bem gostoso. Camille pediu um vinho tinto para acompanhar e naquele momento eu agradeci por ter saído de Londres e deixado pra trás os sanduíches e pizzas..rsrs. Ainda pedimos uma sobremesa que se eu me lembro bem foi um bolinho de chocolate com calda quente, Estava bem gostoso. Quando estávamos terminando a refeição o Antoine veio se encontrar com a gente e resolvemos dar uma voltinha por Paris.
Paris é uma cidade que você pode conhecer a pé tranquilamente e pegar o metrô quando for conveniente. Mas o legal de Paris é andar pelas ruas e apreciar a cidade. Nós andamos, andamos e andamos. Passamos em frente ao museu de arte moderna de Paris, mas não entramos. Continuamos andando, entramos em algumas lojas Vintage (vulgo brechó) que a Camille adora, mas não achei os preços convidativos não e para roupas usadas acho que o preço poderia ser mais barato, mas enfim...
Caminhar em Paris é uma delícia...
Continuamos andando e eis que vimos a Catedral de Notre Dame. A igreja mais famosa de Paris. Famosa por suas histórias e lendas, como a do Corcunda de Notre Dame..rsrsrs. Diferente de Londres não precisava pagar para entrar na igreja. Quando entramos tinha acabado de começar uma missa. Eu não sou católica, mas aquele momento foi tão bonito...Aquela catedral com aquela arquitetura linda e aquela música de fundo...Pois é, eu estava em Paris...rs.
Notre Dame e suas gárgulas...
Saímos da igreja e caminhamos um pouco mais até a Île Saint-Louis (ilha de St. Louis), umas das duas ilhas que ficam dentro da cidade de Paris. São ilhas mesmo, que ficam em pleno Rio Sena. É um lugar bem agradável, que de acordo com o Antoine ficam bem movimentadas no verão com pessoas correndo e se exercitando. Como o dia estava meio chuvoso e frio não tinha muito movimento ali, mas o lugar é bem legal.

Saímos da ilha e fomos procurar um lugar para comer um crepe. Estávamos em Paris e tínhamos que comer o tal crepe francês. Achamos um lugar bem legalzinho. Eu pedi um crepe sem muita firula. O tradicional crepe francês vem só com açúcar e canela em cima da massa que parece mais uma panqueca bem fininha. A Paula pediu o dela de nutela. Comemos o crepe e estava muito gostoso mesmo. Acho que foi em torno de 3 euros o crepe e eu pedi um chocolate quente para acompanhar. Combinação perfeita :-)
Depois de ter nos mostrado um pouquinho de Paris, Antoine e Camille nos deixaram com as devidas instruções para voltar pra casa. Pegamos o mapinha e seguimos as ruas. Não teve complicação...Paula era muito boa com mapas e eu era uma negação..rsrs.
Estávamos muito cansadas, mas queríamos conhecer como era a noite ali em Paris e resolvemos ir para um Pub na nossa rua mesmo. Estava bem cheio, afinal, era sábado a noite. O ambiente não era aconchegante, era praticamente um bar com cadeiras e nada mais. O ruim é que tinha muito fumante...Como aquele povo fuma gente...Como estávamos bem cansadas, ficamos por volta de 1 hora ali e fomos embora.
Amanhã seria um novo dia e queríamos aproveitar Paris ao máximo!!!

2 comentários:

  1. Ola Ga by,
    sou Cristina, moro em Santos, SP e em setembro - dedos cruzados - irei sozinha a Paris! sonho de vida, tenho 55 e farei 56 em setembro...
    diferente de voce, não falo nem ingles ou frances..meu amigo google tradutor/tablet serão meus companheiros...arriscado? acho que sim mas fazer o que?
    bem, gostaria de saber sobre o "sofá" como vou alone, qto menos gastar melhor as passagens já consomem toda m reserva!
    voce poderia me por em contato com seu amigo, quem sabe ele se interessa em receber a minha pessoa?
    vou adicionar voce no face, assim voce pode me conhecer um pouco,
    abraços

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    1. Oi Cris, tudo bom? Então...Como a minha mãe sempre diz "Sonhos não realizados apodrecem a alma". Pelo visto, sua alma não vai apodrecer tão cedo...rsrs.

      Não fique grilada com o fato de não saber a língua...eu costumo dizer que sou fluente no básico do francês...Tenta aprender pelo menos as palavras chaves (por favor, obrigada, quanto custa) Coloque as frases q vc irá utilizar mais no google tradutor e ouve a pronúncia...já é um adianto. Tentar falar pelo menos um pouquinho do francês vai abrir as portas da gentileza pra vc...vai por mim!

      Eu posso te passar o contato do Antoine sim, sem problemas...Só não sei se o período que vc vai estar lá ele tb vai estar. Ele e a namorada viajam muito! Mas assim, você pode se cadastrar no site www.couchsurfing.org, criar o seu perfil e colocar o seu roteiro de viagem lá. Quem sabe num aparece alguém que fale português que queira abrir as portas da casa dele(a) pra vc? Curte lá a página do blog no facebook www.facebook.com/gabypelomundo ou me manda um e-mail gabypelomundo@gmail.com e a gente vai se falando!

      Super bj

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