CouchSurfing – Dicas de quem já “Surfou no Sofá”...

Talvez você já tenha ouvido falar do couchsurfing, talvez não. Talvez, você já tenha vivido a experiência, talvez não. Talvez você queira se aventurar no sofá alheio ou talvez não...rsrs.

Muitas pessoas me perguntam como é a experiência de se hospedar na casa de uma pessoa que você nunca viu na vida, então resolvi consolidar aqui as minhas experiências de couch na Europa.

Vamos a uma rápida apresentação: O Couchsurfing é uma rede social onde se prega a troca de experiências culturais através da prática de hospedagem gratuita de pessoas de qualquer (eu disse, qualquer) lugar do mundo.  Aí você pensa: “Ahhh Gaby, isso aí deve ter alguma treta...não é possível alguém te hospedar de graça e não ganhar nada em troca” Pois é gente, existem pessoas que simplesmente querem trocar experiências culturais e isso se paga.

Vamos usar o termo “Open your mind” – Abra a sua Mente -  como a principal chave para o couchsurfing. Porque é isso que você precisa ser...Mente aberta...

1.       O Cadastro...

Para se cadastrar no couchsurfing você precisa acessar o site www.couchsurfing.org, criar um perfil, inserir a sua foto e pronto. Colocar o seu plano de viagem também ajuda muito, pois assim as pessoas que moram naqueles lugares,  conseguem ver quem são as pessoas que querem se hospedar e enviam convites. Gente,  eu e a minha amiga recebemos vááários convites, gente normal, gente estranha, homens, mulheres...Enfim...é aí que você passa para a fase 2...

2.       Analisando o Perfil...

Você recebeu o seu primeiro convite de sofá. E agora? Aceita de cara? Espera um pouco? A minha sugestão é ser franca com a pessoa que te convidou...Agradeça o convite e diga que ainda está avaliando os outros convites que você recebeu. Enquanto isso, dê uma olhada no perfil da pessoa que te convidou, verifique se tem comentários positivos das pessoas que já ficaram hospedadas lá, jogue o nome dele(a) no google (vai que é um serial killer procurando pela próxima vítima? Vai saber? Rsrs). Se você verificou tudo e até agora não achou nada de anormal, peça o endereço da página no facebook e adicione o indivíduo...Veja as fotos, posts...Tá tudo certo? Então, vá pro abraço...Confirme sua hospedagem e combinem horários de chegada e saída.

3.       Antes de Encontrar Com o Host...

É sempre bom ir mantendo contato com o seu host antes mesmo de viajar. Pegue o endereço da casa dele(a) além de ser uma segurança,  você também precisa dessa informação para planejar o seu roteiro dia-a-dia na cidade e saber quais são as atrações que ficam perto.

Verifique também com o seu host se ele vai poder te acompanhar em alguns lugares da cidade (não estou falando de você explorar a pessoa como guia turístico, mas ver se ele(a) vai poder sair pra almoçar, ou conhecer um bar...afinal é pra isso que serve o couch, interação) ou se ele vai só te dar um teto mesmo pra dormir...Não criar expectativas é a máxima do CouchSurfing.

4.       O Que Vi e Vivi no Couchsurfing...

Paris – Conhecemos os nossos hosts aqui no Brasil. A minha amiga havia hospedado o casal na casa dela aqui no Rio de Janeiro, então eles, como retribuição, nos cederam o apartamento de um deles em Paris. Ficamos 4 dias em Paris em um apartamento só pra gente, perto do metrô e próximo das principais atrações da cidade. Economizamos aí, por baixo uns 120 euros (quarto compartilhado em albergue sem banheiro privativo).  Eles foram uns fofos, nos levaram para conhecer a Catedral de NotreDame, comemos crepe juntos, almoçamos juntos num dia e jantamos no nosso último dia na cidade luz. Antoine e Camille, fora mais do que hosts...

Nossos Hosts fofos...Antoine e Camille - Merci :-)

Bruxelas – Uma menina de 17 anos nos enviou um convite para nos hospedar em Bruxelas. Ao contrário de todas as dicas que eu dei aí em cima, ela não tinha referências (éramos as primeiras a nos hospedar na casa dela). Mas sabe quando você tem aquela empatia imediata com a pessoa? Pois é, foi isso o que aconteceu com a Anabelle. Ela morava numa casa em um bairro afastado do centro de Bruxelas (uns 30 min de bus), vivia junto com a mãe, a irmã e o cachorrinho Louis...E gente, ela era uma fofa. Nos buscou na estação de trem de Bruxelas, nos ajudou com as nossas bagagens e deixou que ficássemos no quarto com ela (ela separou um cantinho pra gente J).  Além disso, no nosso primeiro dia ainda foi com a gente turistar no centro de Bruxelas. Foi ótimo, ela falava inglês fluente e nos ajudou muitas vezes na comunição com os locais que não sabiam falar inglês. A família dela nos recebeu super bem, tivemos um jantar especial feito pela mãe dela e saímos para a cidade universitária com ela e o amigo. Não tenho palavras para descrever nossa estadia na Bélgica.

Jantar Especial preparado pela mãe da Anabelle...Dank u :-)

Amsterdam – O nosso host era meio fechado, é verdade, mas nos deixou super a vontade na casa dele. Nos deu a chave de casa e disse que podíamos sair e voltar a hora que quiséssemos. No nosso primeiro dia ele nos levou para uma baladinha próximo à casa dele, não foi um lugar que eu possa dizer: “Nossa, foi muuuuito legal”, mas valeu a intenção...É aquilo né gente,  às vezes pode dar certo e às vezes nem tanto...hauhauhauhuaha. Também é verdade que tivemos um contra-tempo na chegada e na saída de Amsterdam. Éramos pra chegar na sexta-feira a noite, mas ele só podia nos receber no sábado...e éramos pra sair da casa dele por volta de umas 17h de uma terça-feira, mas tivemos que sair antes porque ele tinha um compromisso...mas valeu!

Cracóvia – Ahhhhhh, a Cracóvia. Nós recebemos um convite do Mike, um polonês que falava português...Nossa, um super achado! Porque a comunicação na polônia ia ser meio tensa...Huahuahauha. Costumávamos chamar o Mike de Anjo Mike...Ele nos buscou na estação de trem (de carro), nos deixou super a vontade na casa dele (ele morava com os pais) e foi um host perfeito. Nos levou até a rodoviária onde tínhamos que pegar o ônibus para Auschwitz (ele nos ajudou a comprar as passagens), nos buscou na volta de Auschwitz, nos acompanhou nos pubs da Cracóvia, fez um mini city tour com a gente pela cidade, nos levou de volta a estação de trem...Enfim, fomos tratadas como princesas não só por ele, como pela família toda. A mãe dele colocava as mesas de café da manhã e de jantar tão lindas, fez sanduíches pra gente levar na viagem de trem e deu um colar de presente pra cada uma...Foram uns fofos.

O nosso anjo Mike - dziękuję :-)

5.       Agradeça os seus Hosts...

Essa última dica que eu dou é: Não chegue de mãos abanando...Você já não está pagando nada como hospedagem, não custa nada tentar retribuir o favor. Presentinhos como: Havainas (que na Europa é super caro), Livros de fotos do Brasil, Camisas, CD de MPB...Enfim, vale tudo para agradecer. Se você souber o gosto do seu host fica melhor ainda...O bom senso vem muito a calhar nessa hora...Por exemplo, se você adicionou o seu host no facebook e percebeu que ele curte várias páginas relacionadas à fotografia...leve um livro com as mais belas paisagens do Brasil...garanto que ele(a) vai adorar J

E se a hospedagem foi tão legal que você gostaria de agradecer de novo, a dica que eu dou é levar vários cartões postais da sua cidade na mala e deixar um cartão com um recadinho fofo na sua despedida. Garanto que o seu host vai se derreter!!!

Então é isso gente, espero ter ajudado todo mundo que tinha uma dúvida de como era “surfar no sofá” alheio.

E graças a Deus pelo CouchSurfing, os mochileiros agradecem!!!!