Era segunda-feira e para a maioria das pessoas era dia de voltar
à realidade do trabalho. Pra mim e pra Paula era um dia a menos de férias..rs.
Antes de começarmos a nossa jornada de caminhadas tínhamos
que fazer uma coisa que era estritamente necessária: Despachar algumas coisas
pelo correio. Não...Ninguém nos pediu para enviar nada da França para o
Brasil...O fato é que tínhamos algumas coisas que precisávamos nos livrar para
ter um pouco mais de espaço na nossa mala.
Parênteses do post:
Nunca, jamais, em hipótese alguma compre
mais do que você acha que caiba na sua mala. Principalmente se você fizer um
mochilão que passe por 7 países...rs. Eu e Paula (mais a Paula, claro..rs) nos
empolgamos e compramos algumas coisinhas em Londres, como por exemplo:
Dicionários em inglês (é isso mesmo, dicionários..rs) e livros de gramática. O
problema é que lá era muito mais barato do que aqui no Brasil. Só pra vocês
terem ideia, um dicionário inglês – inlgês da Oxford foi 7 pounds (32 reais
mais ou menos), aqui no Brasil o mesmo dicionário está em torno de 100 reais.
Chegamos no Correio e logo de cara já veio o medo: “E se ninguém no correio falar inglês?” .
Quando entramos mandamos a nossa frase básica em francês: “Je
ne parle pas français. Vous
parlez anglais? » (Eu não falo francês. Você fala inglês ?) .
Para
a nossa alegria, o senhor que trabalhava
no correio foi bem simpático e falava inglês. Ele nos ajudou a escolher a caixa
certa para enviar as nossas bugingangas e nos ensinou a preencher o formulário
de envio. No total despachamos 2 caixas para o Brasil e desembolsamos uns 70
euros mais ou menos. Você pode achar o valor um absurdo (e de fato é), mas nada
paga o espaço que você consegue na sua mala...Nem que esse espaço seja o menor
dos menores. Pra mim foi muito útil, pois consegui ficar “só” com a minha mala
de 32kg e a minha mochila (me livrei da mala de mão que voltou para o fundo da
mala..rs). Pra Paula adiantou mais ou menos...rsrsrs.
Andando de Metrô
Depois da saga do correio,
seguimos com o nosso planejamento do dia e fomos ao Louvre. Nós poderíamos ir
andando, mas queríamos evitar a fadiga e economizar tempo e resolvemos nos
arriscar no metrô. Até esse momento não
tínhamos tido nenhum problema com os franceses, mesmo sabendo da fama de esnobes
deles. Mas, como nada nessa vida é perfeito é claro que ia ter um francês
fazendo jus a fama né? Rs.
Quando chegamos em Paris nós
entramos numa estação qualquer só pra saber os valores dos tickets e vimos que
tinha um ticket que valia para 3 dias por 14 euros (se me lembro bem).
Como já sabíamos os valores dos
tickets, resolvemos entrar na fila de compra na maquininha. Quando chegou a nossa vez, ficamos um bom tempo tentando
descobrir como funcionava aquela maquininha e resolvemos pedir ajuda ao
funcionário do metrô. Nós começamos com a nossa frase básica em francês dizendo
que não sabíamos falar francês e ele simplesmente olhou pra nossa cara, fez aquela
cara de NÃO POSSO TE AJUDAR e ficou quieto. Ele não esboçou uma reação. Até que voltamos para a fila para tentar nos
virar sozinhas porque o bonitão (não, ele nem era bonito..rs) não queria nos
ajudar. Quando ele viu que estávamos mais uma vez empacando a fila, ele
resolveu tomar uma atitude e muito a contra gosto nos ajudou a comprar os
tickets (com uma grosseria que só) aquele lá nem mereceu ouvir o meu “Merci”
macarrônico..rsrs.
Louvre
Passada a fase de stress matinal,
fomos em direção ao Louvre. O metrô de Paris não é tão “bonito” quanto o de
Londres e nem tão limpo quanto o do Rio de Janeiro (Sim, o metrô do Rio dá de
10 a 0 em se tratando de limpeza). Achei o metrô de lá meio caído, mas funciona
e pra eles acho que é só isso que importa. Descemos na estação Rivoli (Louvre)
e seguimos para o nosso destino.
Nós entramos no Louvre pela
entrada da Rua Trivoli porque nos disseram que nessa entrada não haveria fila,
mas eu Paula não conseguíamos encontrar onde comprávamos os ingressos para a
entrada. Nós decidimos então comprar onde todo mundo compra...Na Pirâmide do
Louvre. Como era uma segunda-feira e não era alta temporada, a fila não estava
absurdadmente grande. Ficamos em torno de 30 minutos na fila para entrarmos. A
fila que você vê do lado de fora é somente pra entrar porque você precisa
passar por um detector de metais e colocar os seus pertences numa esteira de
raio-x (tipo de aeroporto).
Depois que você passa por esse
processo você encara mais uma fila para a compra do ingresso. Dessa vez ficamos
mais uns 10 minutos. Você pode comprar o ingresso tanto no cartão de crédito,
dinheiro ou com seu visa travel money. Nós compramos o ingresso somente para o
Louvre (13 euros). Você também pode comprar para o Louvre + Alguma exposição
que tiver no museu. Na época havia uma exposição do pintor Raphael, mas como
nós não entendemos muuuuuuito de arte nós compramos só o ingresso do Louvre
mesmo.
Quando você pensa em Louvre
automaticamente vem a imagem da....Monalisa. A pintura mais famosa do pintor
Leonardo Da Vinci. Um quadro cheio de mistérios e histórias. Até hoje ninguém
sabe ao certo se a Monalisa (La Gioconda em italiano) era de fato uma mulher ou
se é um homem...Alguns dizem que seria um auto retrato de Da Vinci, eu
sinceramente não sei.
Como eu disse, eu e Paula não
entendemos muito de arte, mas ir à Paris e não ir ao Louvre e ir ao Louvre e
não ver a Monalisa é a mesma coisa que nada. Assim que entramos, seguimos as
setinhas que indicavam o caminho da Monalisa. Você vai achar, fique
tranquilo...Você vê escrito “Monalisa por ali” vááááárias vezes ao longo do
caminho...rs. É claro que para os entendidos e amantes de arte caminhar pelos
corredores do Louvre é uma perdição. Por diversas vezes parávamos para admirar
alguma obra e por muitas vezes não entendíamos nada da obra, parávamos
simplesmente porque achávamos bonito!
Eis que entramos em uma sala e
láááá´no fundo da sala estava ela. A Monalisa. O quadro mais famoso do mundo
estava ali na minha frente. Sabe aqueles momentos que você vê nos filmes quando
uma pessoa fica admirando uma obra de arte sozinha, contemplando o quadro? Pois
é, isso não existia ali. Era tanta gente, mas tanta gente querendo tirar uma
foto do quadro que era praticamente impossível você admirar qualque coisa da
obra. Primeiro porque tinha a maior cabeçada na sua frente, segundo porque o
quadro fica afastado das pessoas (tem uma corrente de proteção distanciando as
pessoas do quadro), terceiro porque o quadro fica dentro de uma redoma de vidro
e quarto porque o quadro é pequeno...O_o...É isso mesmo meu caro leitor, o
quadro é pequeno. Você imagina uma obra grandiosa na sua frente e tudo o que
você vê é um quadro de 77 cm × 53 cm e dê-se
por satisfeito..rs. Depois de várias tentativas de tirar uma foto decente da
tela (mesmo de longe) e tirar a foto em que eu “apareço” ao lado do quadro,
resolvemos meter o pé dali e deixar os asiáticos se estapeando por “um lugar ao
sol” perto do quadro...
Para a Paula a visita já estava
valendo, mas já que eu estava ali eu queria ver uma obra de Michelangelo que também
era super famosa. A Vênus de Milo. A famosa escultura de uma mulher sem os dois
braços. Procuramos mais um pouco e achamos a obra. De fato a escultura era bem
bonita e valia a pena a espiada. Como ela é menos “famosa” que a Monalisa,
tinha menos gente perturbando e conseguimos tirar uma foto melhorzinha..rs.
Para nós duas o passeio ao
Louvre tinha acabado por ali. O museu é enorme e dizem que para conseguir ver
todas as obras com calma você teria que ir 7 dias seguidos ao Louvre.
Arco
do Triunfo
Saímos do Louvre e de lá conseguíamos
ver o arco do triunfo. É um retão que você vai andando, andando e andando. No
caminho paramos para comer um Palmier (biscontinho de massa folhada) e
compramos 12 cartões postais de Paris por 2 euros. Compramos esses cartões
postais com uns africanos que ficavam ali perto do Louvre. Os caras dão um
pouco de medo, mas é só você comprar e não dar muita confiança que tá tudo
certo.
Enquanto
estávamos andando para o arco do Triunfo nós passamos pela Champs Elysees, a
rua mais famosa, mais chique e mais cara de Paris. Você só vê marcas como Louis Vuitton, Dior, Armani,
Channel e por aí vai...Vitrines lindas, mas que eu, reles mortal, não tive
coragem de entrar. Quem sabe um dia?
O
arco do triunfo estava parecendo a Torre Eiffel, nunca chegava..rs. Resolvemos
parar num restaurante pra almoçar antes de seguir...Não lembro o nome do
restaurante, mas fica na Champs Elysees mesmo. Eu pedi uma salada e um Quiche
Lorraine, estava gostoso, mas não estava delicioso.
Enfim,
terminamos de almoçar e chegamos ao Arco do Triunfo. Tiramos algumas fotos ali e atravessamos a
passagem subterrânea para ficar embaixo do arco. Pelo amor de Deus, não tente
atravessar a rua para chegar ao arco. Se fizer isso, você não vai sobreviver
para contar o resto da viagem...É sério. O arco fica no meio de vááárias ruas e
por este motivo para chegar lá você precisa atravessar a passagem subterrânea.
Embaixo
do arco tinha um memorial de guerra e você pode ver como ele é por baixo, é
bem bonito! Ficamos mais um tempo ali e resolvemos seguir o itinerário.
Sacre Crour
Saímos do arco do triunfo e
pegamos o metrô em direção à Sacre Crour – Uma igreja que fica no alto de
Paris. Como nada nessa vida é fácil, saímos do metrô e andamos mais uns 20
minutos até as escadarias.
Bom, se a igreja ficava no
alto é lógico que teria uma escadaria pra subir né? Mas vale muito a pena subir
as escadas e ver Paris lá do alto. A vista é linda e a igreja também é muito
bonita, toda pintada de branco ela é um dos cartões postais de Paris. A igreja
fica localizada no bairro de Montmatre, bairro antigo e famoso. Muitos
escritores antigos gostavam de perâmbular por ali, talvez seja por isso que
eles tinham tanta inspiração para escrever livros e poemas.
Claro que entramos na
igreja, porque se você conseguir ir pra Europa e não entrar em nenhuma igreja,
me fale..Eu não consegui..rsrs. Como sempre, a arquitetura era linda.
Conhecer a Sacre Crour e
tirar fotos nas suas famosas escadarias vale muito a pena. Depois de visitar a
igreja fomos andando novamente para o metrô e vimos que a região de Montmatre é
bem legal. Tem umas lojinhas meio xing-lings, mas é bem gostoso de andar por
ali.
No final do dia ainda
queríamos dar uma passada no Moulin Rouge, mas acabamos indo pra direção errada
(porque o mapa estava na minha mão..rs) e desistimos da ideia. Deixamos para o
dia seguinte.
Aquela segunda-feira rendeu
em Paris e estavámos felizes de conseguir fazer a maioria das coisas que
planejamos para a viagem. Ponto para o planejamento e horas “perdidas” no
Google.rsrs