Buenos Aires – Segundas Impressões

E eis que pelo segundo ano consecutivo eu fui para Buenos Aires no carnaval, mas dessa vez fomos em 4 amigas. No melhor estilo Sex and the City, fomos para a cidade do Tango e porque não dizer dos portenhos? Rsrs

Deixa eu esclarecer uma coisa aqui: Eu não sou muito adepta ao Carnaval propriamente dito. Muita gente, muita muvuca, uma confusão danada, ainda mais aqui no Rio de Janeiro, que para qualquer lado que se olhe tem um bloco de rua passando. Eu prefiro usar esse período para fazer uma viagem para lugares mais distantes. Como diz uma amiga minha: “Cordão do Bola Preta? Yo quiero Asia de Cuba” (Vocês vão entender isso daqui a pouco..rs).

Como decidimos viajar meio em cima da hora (lê-se dezembro), a maioria dos pacotes turísticos estavam lotados, mas eis que achamos uma operadora de turismo aqui no centro que estava com preços bem em conta (não vou divulgar o nome da agência, porque eles não ofereceram um serviço 100%...explicarei mais pra frente).

Fechamos o pacote com hospedagem + hotel + city tour + passagem aérea + translado aeroporto/hotel/aeroporto e fomos felizes.

Seguro Viagem

Quem acompanha minhas aventuras por aqui, sabe que eu não sou adepta de viajar para fora do país sem um seguro de viagem. Não tem como gente, a gente nunca sabe o que pode acontecer quando você está longe (muito longe) de casa...

Quando fechamos o pacote com a agência de turismo, contramos o pacote com o seguro, mas 1 dia antes da viagem, nós estávamos achando estranho que não tínhamos recebido nada relacionado aos seguros. Entramos em contato com a agência, falamos com a atendente e ela disse que o nosso pacote não estava incluso o seguro viagem... O_o...Oi??? Como assim? Nós tínhamos um e-mail com o valor e o que estava incluso e a não ser que os meus 12 graus de miopia (é...isso mesmo, 12 graus...mas eu uso lentes de contato...kkkk) estivessem me pregando uma peça, estava lá no e-mail: Seguro viagem incluso.

Depois de muitas ligações e trocas de e-mail depois, a agência disse que iria providenciar os seguros até o dia seguinte. Gente, era sexta-feira, véspera de carnaval. Vocês realmente acham que alguém ia providenciar alguma coisa? Acessei meu e-mail até a hora do embarque e não tinha nada...Nós simplesmente estávamos como a música da Negra Lee: “Eu faço uma oração e seja o que Deus quiser...” Até que Murphy foi bem legal com a gente e nada aconteceu...Bom, pra vocês não caírem na furada, segue o nome da agência Planer Tour.

Câmbio: Reales x Pesos

A primeira pergunta que todo mundo se faz e me faz quando viaja para Argentina: “Gaby, o que é melhor? Levar dólar, reais ou pesos?. Essa é muito fácil de responder: Reais...sempre reais. Como a economia da Argentina não está lá essas coisas, a nossa moeda está bem mais valorizada do que a dos hermanos.

Nós costumávamos nos entitular como Mulheres Ricas nessa viagem...rsrs. Nós levamos em torno de R$ 600,00 cada uma para passar os 4 dias. E antes de viajar, eu tinha visto um post num blog que eu amo sobre Buenos Aires (www.buenosairesparachicas.com), onde a autora do blog falava de um amigo portenho dela que fazia o serviço de translado e ainda fazia câmbio. Na hora eu enviei um inbox para o Jorge (Página do Facebook do Jorge) e perguntei quanto ele cobraria para nos levar do Hotel ao Zoo Lujan e se ele fazia câmbio. Jorge prontamente respondeu a minha pergunta e disse que estava fazendo cotação sim...1 real – 2,80 pesos. Cotação muito boa, por sinal. Ficamos super empolgadas, pois já tínhamos visto que a cotação do Banco de La Nación estava em torno de 1 real para 2,50 pesos.

Quando chegamos ao aeroporto Ezeiza, vimos um Banco de La Nación bem próximo à área de desembarque e trocamos 50 reais só por desencargo de consciência, até porque, tínhamos o translado contratado pela agência de viagem que nos levaria direto para o hotel. A fila do câmbio estava razoável e o atendimento meio demorado, então nós acabamos atrasando o pessoal que já tinha saído e estava nos esperando para o translado...Coisa feia, eu sei...Atrasar os outros não é nada legal, mas pô...Vai que acontecia alguma coisa e estávamos todas sem um peso no bolso? Vocês sabem que Murphy me ama né? rs

Chegamos ao saguão de desembarque e todos nos fuzilaram com aquele olhar: “Estamos esperando por vocês por quase 1 hora...” Demos aquela desculpinha esfarrapada e seguimos a vida. A nossa guia também estava meio furiosa...E eis que quando entramos no ônibus, a guia começou a dar as explicações sobre a cidade e disse que fazia câmbio também...A cotação dela? 1 real – 3 pesos. Olhamos uma para a cara da outra e pensamos: “Estamos muito ricas agora...rs. É claro que a guia não podia deixar de fazer uma piadinha sobre isso...ela mandou na nossa lata: “Tá vendo, vocês trocaram no banco, poderiam ter trocado comigo” . Mas ela não sabia que éramos cariocas sagazes.

E eis que resolvemos almoçar em um restaurante pertinho do hotel. O nome do Restaurante é Natasha (Marcelo T. de Alvear 901) e quando chegamos na porta lá estava o aviso que nos tornaria as mulheres mais ricas de Buenos Aires...”Aceitamos Reais, cotação: 1 R$ - 3,50 pesos”. Nós parecíamos 4 loucas...Rindo pra caramba...Nossos míseros R$ 600,00 se transformaram em 2.100 pesos. Quem não ia rir feito louca com isso? Rsrsrs

Como em Buenos Aires também era feriado de Carnaval e os bancos estavam fechados, a gente precisou trocar mais dinheiro, mas não queríamos ir nas casas de câmbio Metrópolis (que tem uma em cada esquina, mas com uma cotação bizarra... R$ 1 – 2,05 pesos). Então a Bia teve a brilhante ideia de irmos ao restaurante novamente e ver se eles tinham empanada pra viagem. Já era fim de tarde, estávamos com aquela fominha básica mesmo...E fomos nós 4 na maior cara de pau do mundo, entramos no restaurante e perguntamos se eles vendiam empanada para viagem e SIM...eles vendiam. Foi uma cena bizarra, 4 garotas, pagando uma empanada que custava 7 pesos com uma nota de 50 reais...A gente estava tensa, do carinha implicar e dizer que teríamos que pagar tudo junto, mas para a nossa alegria ele deu o troco de bom grado para cada uma. Não disse que éramos cariocas sagazes? Huahuahuahua

A propósito, o restaurente era muito bom. Fomos super bem atendidas e a comida era deliciosa. Pedi um prato de ravioli com molho rosè + bebida deu em torno de 17 reais (mais barato que spoleto...rs).

Sprite, só que não...rsrs

Na primeira vez que fui à Buenos Aires, eu não tive problemas com a língua. Eu costumo dizer que sou fluente no portunhol e não passei muitos perrengues por não saber falar espanhol corretamente. Mas dessa vez...

Estávamos nós 4 passeando pela feira de San Telmo no domingo (a feira só acontece aos domingos), a fome bateu e queríamos almoçar. Depois da experiência que tive na Europa (de nunca saber exatamente onde comer) pesquisei alguns lugares que eram recomendados e estávamos meio que tentando seguir as recomendações. Só que um dos lugares que estavam na minha listinha era o Pé Sujo mais famoso de Buenos Aires – El Desnível. E quando eu digo pé sujo, é pé sujo mesmo. O cozinheiro pegando a carne com a mão (sem luvas) e passando uma vassourinha meio suspeita na grelha antes de colocar a carne pra assar (vai ver que era aquilo que dava o gosto, mas vai saber? Rs). Eu e Paula estávamos super a fim de comer lá, mas a Bia e Rafa não curtiram muito o local não...rsrs. Bom, chegamos num consenso e fomos para um restaurante mais afastado da feira e que você pagava 90 pesos e podia comer o quanto quiser (tipo rodízio).

Entramos, sentamos e a garçonete perguntou o que iríamos beber. A paula disse que queria coca-cola, mas aí ela disse que só tinha pepsi (pode ser? Rsrs). Paula aceitou e eu automaticamente pensei: “Bom, se eles só trabalham com a marca da pepsi e eu quero beber Sprite, vou pedir a equivalência do sprite na marca da pepsi...” Una Soda, respondi com toda a autoridade que me foi dada...kkkkkkkkkk. Bia e Rafa foram na minha onda... Três Sodas...Pedidos feitos, fui lavar as mãos e quando eu voltei para a mesa, lá estavam: 3 garrafas de soda...Sprite?? Não, não...Água com Gás...Putz...Soda na argentina não era a equivalência do Sprite e sim Água com Gás...Morri quando vi aquilo. Chamei a mocinha que nos atendeu e comecei a explicar pra ela (em inglês...não me perguntem porquê...rs) que não foi aquilo que pedimos...Mas ela meio que deu uma cagada na nossa cabeça e disse que não podia fazer nada, que havíamos pedido soda e foi soda o que ela trouxe...

Gente, o sangue foi subindo...Paula me olhou com aquela cara de: “Pelo amor de Deus, contenha-se” e eis que resolvi falar com o gerente do restaurante. Não é possível, alguém ia ter que dar um jeito na situação...Enchi o peito de ar, me acalmei um pouco e fui falar com o gerente no melhor estilo Boa Moça. Ele entendeu a situação e disse que providenciaria os refrigerantes...E eis que a mocinha trouxe 3 Seven Up (Alguém lembra dessa marca? Rs). Enfim, se você for à Argentina, já sabe: Soda = Água com Gás e Sprite = Seven Up...kkkkkk

MALBA – Museu de Arte Latino Americana de Buenos Aires

Bom, como era a minha segunda vez em Buenos Aires, eu precisava fazer coisas diferentes e uma dessas coisas era: Visitar o MALBA. Um dos museus de arte mais importantes em toda a América Latina. Quadros como Abaporu de Tarsila do Amaral e quadros de Frida Kahlo estvam expostos lá. Eu precisava conhecer.

Nós tivemos a “brilhante ideia” de irmos andando do nosso hotel até o Museu...E como andamos. Passamos pela Floralis Genérica (flor de metal), aproveitamos para tirar fotos e chegamos ao MALBA. E entrada custa 32 pesos, mas estudante paga meia.

Entrada do MALBA...

Confesso que sempre tive uma quedinha por obras de arte, mesmo sem entender muita coisa. Mas, fico impressionada com o talento e com a criatvidade dos artistas. Estar em frente a um quadro famoso, com uma história (como é o caso do Abaporu da Tarsila do Amaral), sempre me deixa com uma euforia interna inexplicável. A mesma euforia quando estive em frente à Monalisa de Da Vinci, ou quando estive dentro da Capela Sistina com os afrescos de Michelângelo, ou ainda quando estive em frente ao quadro mais famoso de Van Gogh (Os Girassois). As obras de arte são eternas e parece que você consegue ver o autor da obra ali, na sua frente, no momento que você contempla um quadro. Ok, dei uma filosofada agora, mas foi mais forte do que eu...rs.

Aquele momento de euforia interna quando se está diante de uma obra de arte importante...

Eu gostei muito do museu, um acervo bem grande, com diversas obras importantes. E o melhor, você não era impedido de tirar fotos (sem flahs, é claro), mas podia!

 

Interior do MALBA...Adorei esse banco

Nós ficamos no museu por mais ou menos 1 hora e pouco, pouco tempo, eu sei, mas é que estávamos sedentas para tomar um sorvete no Freddo. Estava fazendo uns 35 graus naquele dia...Só um sorvete mesmo para acalmar os ânimos e nos dar um bem vindo a Buenos Aires a altura...

Ahhhh o Freddo

MALBA
Marcelo T. de Alvear 901
De Terça a Domingo e feriados de 12:00 a 20:00h
Quarta-feira até ás 21:00h
Segunda, fechado.