Murphy Deu o Ar da Graça...
Era a nossa última noite em Roma, última noite de viagem,
última noite na Europa. Tivemos um dia super cansativo com a visita ao Vaticano
e queríamos fechar a noite com chave de ouro e então combinamos com o Charlie
de nos encontrarmos às 21h na Piazza Spagna para fazermos um Pub Crawl na
cidade de Roma.
Mas, Murphy, como não poderia deixar de ser, estava ao nosso
lado para o que desse e viesse. E não é que ele resolveu dar o ar da graça no
último dia de viagem? Pois é.
A Dayse deixou com a gente a chave de casa da portaria, do
portão de vidro de entrada no prédio e da porta da casa dela. E eis que quando
eu coloco a chave na porta de vidro de entrada do prédio...CREC...a chave
quebrou...dentro da fechadura. Caraca, só podia ser sacanagem...Tínhamos que
entrar para nos arrumarmos para o Pub Crawl. Começamos a ficar desesperadas e a
Paula começou com aquele olhar fuzilante, do tipo: “Culpa Sua”. O mesmo olhar
que ela me deu em Buenos Aires quando o meu celular não despertou para irmos ao
Pub Crawl...rsrs (Clique aqui para ler sobre o dia...).
Cara, tentávamos de todos os jeitos abrir a porta e nada...Eis
que vi um senhor saindo do bloco ao lado e fui correndo pedir ajuda no meu
italiano macarônico. Para a nossa sorte ele era tipo o zelador do condomínio e
tinha todas as chaves das portas de vidro. Explicamos que estávamos hospedadas
na casa da Dayse e que não tinha ninguém em casa para abrir a porta pra gente.
Ele nos entendeu, abriu a porta de vidro e agradecemos ao bom Deus. Mas aí veio
a questão: Nós não queríamos sair sem a Dayse chegar porque senão ela ia ter
que acordar de madrugada pra abrir a porta pra gente, judiação isso né? Eu pelo
menos não ia gostar que fizessem isso comigo. Então, pensamos em ficar prontas
e torcer para a Dayse chegar antes das 21h para podermos pegar a chave dela
emprestado e sair...Deu, 19h, deu 20h, deu 21h, deu 22h e nada da
Dayse...Falamos com o Charlie no celular e dissemos o que havia acontecido! E
conseguimos falar com a Dayse nesse meio tempo, mas ela estava jantando na casa
de uma amiga. Pô, a gente não ia chegar pra ela e falar: “Então Dayse, vem logo
pra casa porque a gente quer curtir a night...”
Foi deprimente...As duas arrumadas, maquiadas, prontas para
sair, porém presas do lado de dentro de casa, porque temos bom senso...rsrs.
Acho que se fossem outras pessoas não estariam nem aí pra hora do Brasil e
sairiam mesmo assim, mas mamãe deu educação né? Não é assim que se faz.
Então, naquela noite só nos restou...Dormir...rsrs. Eu ainda
aproveitei para fazer upload de algumas fotos no facebook (era o meu meio de
dizer pra minha mãe que estava viva...rs) e a Paula capotou mesmo, porque ela
tava com uma gripe braba...Mas a danada ia sair mesmo assim pra night, porque
ela é dessas...rsrsrsrsrs.
No dia seguinte...
Acordamos no dia seguinte prontas para encararmos nossa
última arrumação de mala. E mala para avião é o tipo de mala certinha,
chata...Peso dentro do limite, um saco...Eu, como sempre, arrumei razoavelmente
rápido. Eu só tinha uma mala e uma mochila. Paula tinha 2 malas (ahh sim, ela
comprou mais uma mala em Roma) + uma mochila de mochileira + mala de mão. Como
ela tinha 3 malas para despachar, eu despacharia uma mala dela como sendo minha
para ela não precisar pagar excesso de bagagem.
Malas prontas, devidamente dentro dos limites, fomos ter um
almoço de despedida com a nossa anfitriã que nos recebeu tão carinhosamente.
Ela nos levou em um restaurante perto da casa dela (fomos andando). E eis que
no último restaurante eu comi uma massa bem gostosa. Ok, ainda não foi AQUELA
massa italiana, mas de todas que havia comido em Roma, achei a mais gostosa.
Como a Dayse precisava trabalhar naquele dia, ela não ia
poder nos levar ao aeroporto. Então, a Dayse pediu um táxi pra gente (porque estava
fora de cogitação pedir um táxi em italiano macarrônico...rs). Nos despedimos
da Dayse e esperamos o táxi chegar.
Mais ou menos próximo do horário, a CIA de táxi ligou, eu
atendi e olha que surpresa quando me peguei entendendo e falando italiano...Eu
ri de mim mesma quando desliguei o telefone...Até agradeci a menina (Prego = De
nada em Italiano).
Decidimos deixar 2 euros para a Dayse consertar a chave da
porta de vidro, deixamos um postal do Rio de Janeiro em cima da mesa e fomos em
direção ao aeroporto.
O táxi deu 70 euros (só Jesus na causa...rs). Meus últimos
euros de viagem foram destinados ao táxi. Chegamos sem transtornos ao aeroporto,
fizemos nossos check ins e fomos procurar onde era o Tax Refund.
Tax Refund
Lembra que lá em Londres nós pegamos as notas dos produtos
que compramos lá? (Clique aqui para ler sobre este dia). Pois é, como Roma era o nosso último destino,
teríamos que fazer tudo ali. Nós pegamos todas as notas e todos os recibos de
tax refund, entramos numa filinha onde uma pessoa confere os tickets, recebemos
um carimbo e fomos em direção ao guichê da empresa que reembolsa. No caso da
Paula ela recebeu uns 100 e poucos euros em dinheiro por tudo o que ela havia
comprado em Londres e a mala que comproou em Roma. Eu só tinha o tax refund da
minha máquina digital e da mala que comprei em Londres. O relógio que comprei
em Roma não consegui tax refund, pois era necessário gastar uma quantia acima
de 150 euros. Deixei pra lá...rsrsrs.
No meu caso, não fui reembolsada em dinheiro. Tive que preencher
a notinha com as informações do meu cartão de crédito, colocar a notinha dentro
do envelope da operadora e depositar numa caixinha. Na notinha dizia que eu
seria reembolsada via cartão de crédito. Tive que levar fé nisso né? Rsrs.
Mas funciona viu? Uns 2 meses depois recebi um crédito no
meu cartão de crédito com o valor que seria reembolsado.
Chegando ao Brasil
O nosso vôo era pela Alitália...Vôo direto Roma-RJ, sem
escalas...Perfeito. Nós não estávamos sentadas juntas, o que eu não achei tão
ruim. Quando a gente viaja com uma amiga por tanto tempo sempre rola uns
estresses, desentendimentos. O que é super aceitável...Pessoas diferentes
convivendo muito tempo juntas. Nunca poderia ser 100% felicidade. Uma hora eu
estava de mau humor, outra hora, ela estava de mau humor. E em Roma eu posso
considerar que foi a cidade do feedback. Aquele momento que a sua amiga fala
pra você assim: “Gaby, você está
estressada, gritando comigo, você não é assim”. E é aquele momento que você
cai em si e chora...Chora, porque realmente aquele não é o seu temperamento,
chora porque está morrendo de saudade do seu país, chora porque está com muita
saudade dos seus amigos e família, chora porque está há 35 dias sem comer arroz
e feijão...rsrsrsrs.
Então, voltamos em poltronas separadas. E eu vim refletindo
na viagem...Foram 35 dias, 8 países (contando com o Vaticano) e muitos
quilômetros de trem...Perrengues, erros, acertos, achados, perdidos, amizades,
estresses, mau humor, euforia, alegria...Muitos sentimentos vividos intensamentes.
Uma das maiores viagens da minha vida e uma das mais inesquecíveis.
O vôo foi tranquilo, sem turbulências e a minha felicidade
ao ver o dia amanhecendo dentro do avião é inexplicável. Eu estava voltando pra
casa.
Cheguei no aeroporto, passei super rápido pelo freeshop,
porque eu já sabia o que comprar, me despedi da Paula e fui correndo para os
braços da minha mãe que estava me esperando no saguão do aeroporto e chorei,
mais uma vez, porque dessa vez...Eu estava de volta e sim, eu ia comer arroz e
feijão naquele dia!
Sinto saudades da Europa e
sentirei saudades mais ainda de escrever sobre o velho mundo...Mas, eu sei que
ainda terei muitas histórias para contar...O mundo é grande demais e graças a
Deus, a internet não tem um espaço limitado para receber essas histórias.
#GabyPeloMundo
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